Amamentar é um exercício amoroso de doação e
receptividade. Criar vínculos com o filho. È repertório dentro da relação mãe-filho
e não precisa encerrar após os 6 meses de amamentação exclusiva.
Todos
os dias nutrir com leite um bebê e uma criança em desenvolvimento por si só já
é um símbolo de força e contato com a natureza feminina. Amplia a capacidade de
estar presente. Aprende-se a usar tempo em quantidade e qualidade.Presenciar , participar,
testemunhar . Também engloba abraçar,
envolver, dar colo, acarinhar, cantar, embalar, acalmar, respirar profundamente,
criar um ritmo harmônico, de paz e tranqüilidade.
Uma
escuta mais sutil se faz presente, ouvir a própria voz, reconhecer os próprios
instintos.
E certa
coragem de assumir o peito aberto interagindo com uma criança. A sexualidade
alheia se agita e se perturba a olhar peitos fartos de leite e amor.Talvez por
querer um tempo a mais no peito da própria mãe!
Por
isso eu entendo quando algumas pessoas se ofendem, discordam e criticam. Mas
impedir meu peito de nutrir e servir é inaceitável!
Escolho
meus caminhos de maternagem e surpreende-me quando um ato tão simples, antigo e
primitivo como o de amamentar vira ativismo nos dias de hoje. Então sou
ativista e defendo, promovo e enalteço o amamentar como um ato de nutrição,
sensibilidade e amor tanto aos bebês como às crianças.
Apregoa-se aos quatro ventos que torna os
filhos dependentes, mas ao contrario promove confiança, amor genuíno e
autonomia. Respeita o tempo de cada criança, relativiza os espaços de troca e oferece
caminho de reconhecimento tanto para a mãe como para o filho.
Entregar-se
ao momento, viver sem pressa o passar da vida.Os primeiros anos são uma grande
oportunidade de estar perto, junto, apresentando o mundo, reconhecendo as próprias
sensações.
Reverenciar
o tempo da criança sem impor exigências descabidas. Reverenciar a sabedoria
inata ao invés de consultar os supostos especialistas, que estão em sua maioria
desconectados da sua verdade interior e entregues aos conceitos de vendas e produtos.
Amamentar é facilitar a expressividade natural
de uma criança. Que diverte e encanta com sua originalidade e ousadia.
Amamentar
é também ensinar a compartilhar e dividir. È conectar-se com o sagrado da vida,
com sua abundância natural e magistral e enriquecer seu filho com todos esses
nutrientes.
A
nós mulheres, cabe dar o peito e amamentar, dar a mão e caminhar, percebendo
que junto ao filho pode-se compartilhar amor que se multiplica.